HISTÓRIA DA CRISE OU CRISE COM ESTÓRIAS!

* Era uma vez (é assim que começam as histórias de encantar) uma família constituida pelos pais e os seus seis filhos que eram, a Rita com dezasseis (16) anos, o João com catorze (14), o Rodrigo com 12 (doze), a Joana com nove (9), o Gonçalo com sete (7) e a Beatriz com dois (2). 
* Com eles viviam ainda os avós paternos, Manuel e a Rosa. Esta família tinha um grave problema, eram muito pobres e viviam numa barraca muito suja e sem quaisquer condições de habitabilidade. Eram, contudo, pessoas muito honestas e todos viviam para a família. Os pais e os avós eram iletrados, sendo que os filhos mais velhos não tinham passado do ensino básico.
* Certo dia os avós repararam que não tinham comida para dar aos netos e ficaram desesperados porque todos estavam já a ficar cheios de fome, principalmente os mais novos. Então resolveram chamá-los a todos, para explicarem a situação horrível por que estavam a passar.
* Temos entre mãos um problema que toca a todos nós e por isso todos teremos que nos esforçar.
* Sim, sim, papás e vovós!
* Vocês ficam a saber que, infelizmente, o pai e a mãe estavam desempregados e ficaram agora sem o respetivo subsídio, não tendo dinheiro para comprar o que vocês querem, nem tão pouco comida.
* Sim, mas pai, mas diz...ripostou o traquina Gonçalo na inocência dos seus sete anitos...
* Eu e a vossa mãe reparamos que ficamos sem comida cá em casa...
* Então, vamos todos morrer de fome...continuou o Gonçalo!
* Não, claro que não, pois eu e a mãe não vamos deixar que isso aconteça, pois vocês são toda a felicidade que nos resta e a força da nossa vida! E como tal nenhuma adversidade, por mais forte que seja, nos irá separar. Perceberam?
* Sim, pai! Mas o que vamos fazer para nós arranjarmos comida para nos alimentarmos a todos? Questionou agora o João?
* Ainda não sei! O Estado já não nos apoia, nós não conseguimos arranjar trabalho por causa da nossa idade; mas algo de hã-de arranjar, nem que alguns de vós tenham de ir trabalhar e nós vamos mendigar para junto da Igreja de Nossa Senhora da Esperança (pois esta é sempre a última a morrer...)

É fição...mas diz respeito à triste realidade dos dias que correm e que não saberemos quando terminarão!   



Escrito em Gondomar, por "texasselvagem"

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